Sociedade degradante

Estava o meu pai a fazer zapping, quando parou na RTP2. O que me chamou a atenção foi o documentário que estava a dar sobre a pobreza em Cabo Verde. Estavam a mostrar imagens de uma lixeira, como tantas outras, quando focam um grupo de pessoas, várias famílias E o que estavam lá a fazer no meio de tanto lixo? Estavam a comer, sim leram bem a comer. Iam procurando os restos deixados por outros, à procura de comida no meio do lixo deixado por pessoas que se quisessem podiam ajudar. Ao lado desta lixeira via-se uma cidade, cheia de prédios altos, rica. Como é possível em pleno século XXI existirem estes episódios, ver-se crianças que não sabem o que é ser criança, terem de procurar alimento numa lixeira. Mas o mal não fica por aqui, mostram crianças em casas de acolhimento e muitas delas foram abandonadas por pais, irmãos, avós que prometeram ir busca-los mas que nunca foram. É normal que essas crianças cresçam sem esperança, se revoltem, é perfeitamente normal. Em pleno século XXI, com a globalização, com o crescimento das cidades e dos países, como é que existem situações destas? Não é só em Cabo Verde, é em todo o mundo e choca-me que uns tenham tanto, que venham dizer para os meios de comunicação que compram um carro xpto e gastaram não sei quantos milhares de euros, que compraram uma casa com sete quarto e uma piscina e não mais o quê que está na moda, enquanto que outros não têm um tecto para ficar nem sequer um pão para comer. Sim, choca-me esta sociedade de merda, porque no fim é isso que é. Estamos todos tão acomodados às nossas vidinhas, a termos cama, roupa, comida, os nossos amigos, os papás sempre para nos ajudarem, mas não nos lembramos de que existem pessoas que vivem nestas condições, até posso dizer que vivem pior que animais. Enquanto não virmos que o mundo não é todo cor-de-rosa, não vamos conseguir ajudar ninguém e estas situações vão continuar, sem se saber até quando.