Segunda Carta

Olá mãe, voltei a escrever-te. Provavelmente irias-me perguntar "Porque é que não me escreveste no dia da mãe?" Ao qual eu te iria responder "Porque me sentia demasiado fraca, com os sentimentos à flor da pele". É verdade esse dia para mim foi como se nunca tivesse existido, é claro que todos os dias devem ser celebrados e não tem de existir um dia especifico para tal, mas ao ser constamente bombardeada com coisas para o dia da mãe é natural que me recorde (ainda mais) de ti. Nessa noite as lágrimas correram-me pelo rosto a uma velocidade extraordinária até disse a mim própria "Tu que não és de chorar, hoje estás imbativel". Chorei é verdade e fiquei mais aliviada, mas claro que nunca mais chorei e tu sabes que eu não sou muito de mostrar esse meu lado mais fraco. Sabes o que é bom mãe? É saber que não estou sozinha e que de alguma maneira ou de outra te sinto junto a mim. Este meu desvaneio (e vou-lhe chamar de loucura controlada) de te escrever cartas sabendo que não as vais ler, claro morreste, não faz sentido para ninguém (ou quase ninguém), mas para mim faz-me sentir mais solta. A verdade é que a vida segue em frente e é o que eu tenho feito nestes quase dois anos desde que me deixaste. O tempo, esse ajuda a apagar a temiosia da dor mas ela nunca se vai embora, vai acabar por viver sempre comigo (uns dias desperta, outros dorme profundamente).

Enfim, chega de coisas tristes! Como sempre me dizeste e principalmente quando estavas doente, a vida tem de ser aproveitada e não devemos ter medo de arriscar, só assim é que aprendemos e é isso que eu tenho feito. Saudades tuas? Ninguém imagina as que são. Sou feliz? Sou (e muito) por saber que já não sofres e por ter tudo o que quis algum dia ter.

Despeço-me assim com um grande beijinho e volto-te a escrever o mais rápido que conseguir ou quuando o meu coração necessitar.

Até já mãe!

(Aviso que voltei aos blogs, sim a minha net já está boa e como tal irei andar aqui com vocês haha)