F My stage: A primeira carta

31 de março de 2010

A primeira carta

Querida mãe, sinto uma enorme necessidade de falar contigo, de te dizer que morro de saudades tuas. Por vezes, quando acordo a meio da noite tenho a sensação de que estás a meu lado, a obeservar-me e quando tenho esta estranha sensação levanto-me e olho em redor, acendo a luz e vejo que não estás lá. Volto-me a deitar e adormeço contigo nos meus pensamentos.
Não sei como hei de falar contigo, que eu saiba ainda não inventaram nenhum meio de comunicação com o além, mas isso não me impede de te escrever esta carta, ao menos sinto-me mais livre. É a primeira carta que te escrevo e penso que não será a última.
Queria tanto ver-te, abraçar-te, dizer-te que és a melhor mãe, mas sei que nunca o vou puder fazer. Queria dizer-te que descobri a minha alma gêmea e estou completamente apaixonada por ele, queria que me visses na faculdade a dizer que daqui a uns vou estar a investigar mortes ou algo do género, queria que me ouvisses dizer "mãe, o meu sonho de actriz não morreu", queria que me visses crescer.
Ai mãe as saudades que eu tenho tuas. A vida quando quer é madrasta, mas sabes que mais? Não me sinto zanganda com ela, porque sei que foi o melhor para todos, até para ti. Não suportava mais ver-te naquele estado, naquela cama e assim quando partiste senti um alívio enorme no meu coração, pois sabia que nunca mais ias sofrer. Queria que estivesses aqui para irmos as duas almoçar fora, para irmos às compras, para me levares até ás sessões fotográficas, para nos rirmos juntas. Queria que estivesses aqui nem que fosse para dizer "Patrícia vai arrumar o quarto!"  mas o mais importante que eu queria era voltar a ver-te, nem que fosse um por segundo.
Obrigada por tudo o que fizeste e por tudo o que me ensinaste, por toda a força que me deste. Foste, sem qualquer dúvida, uma força da natureza da qual eu tenho o maior orgulho. Como já te disse, vou passar a fazer destas cartas porque, de alguma maneira, sinto-me mais próxima de ti. Sinto saudades, aliás todos nós aqui em casa sentimos, de ti e dos bons velhos tempos. Volto a escrever-te mais tarde, até já mãe.


Com muito amor da tua filha Patrícia
31 de Março de 2010

8 comentários:

Catarina disse...

Está lindo, minha querida...
transmites o amor que sentes por ela a qualquer pessoa; o sempre não existe, existe sim, o até ao fim, a forma mais prolongada de qualquer sobreviver neste mundo.
Não podemos pensar em coisas tristes não é? O caminho faz-se para a frente.

Vou seguir, com muita atenção*
Obrigada pela força.

S. disse...

Obrigada por seguir*
texto verdadeiramente sentido e escrito com o próprio coração.

gostei muito. :)

Soraia disse...

Lindo *.*
Eu acredito que ela te está a ver e aposto que está orgulhosa de ti.
Pareces ser muito forte.

Beijinhos grandes :D

Catarina disse...

Obrigada meu amor, muito obrigada mesmo. Tens razão, o futuro espera-nos e o tempo esse não espera por ninguém. Temos de aproveitar tudo que a vida nos der e guardar apenas o melhor.

Beijinho grande*

Gabriella Lourenço disse...

Mas tenho… Tenho medo de sonhar muito alto e depois ter uma grande queda :s
Ainda bem que gostas-te e obrigada por seguires o meu blog Pat =)

Gabriella Lourenço disse...

Eu sei disso Pat e acredita que muito bem… Já cai uma vez e consegui levantar-me de novo e é por isso que agora tenho tanto medo, mas vou fazer o que tu dizes e mais gente que leu este post =’)
Obrigada pelas doces palavras que deixas-te no meu post gostei muito delas, mesmo.
Beijinhos

Isa Meireles disse...

a coisa mais bonita que existe é esse amor, onde quer que esteja, está a olhar por ti :) um beijo de força

sofia pinto disse...

que lindo ! $:
ela estará sempre a cuidar de tu querida.
obrigada por seguires, blog lindo <3
e a sensação é tão boa !